Outubro Rosa: mastologista Lígia Teixeira quebra tabus sobre o Câncer de Mama
O mês de outubro chegou, e com ele, a campanha anual do Outubro Rosa. Neste período, diversas ações são realizadas para conscientizar as mulheres sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. Mas, para além do laço rosa, é fundamental desmistificar algumas informações que circulam por aí, muitas vezes baseadas em mitos que passam de geração em geração.
Para desvendar esses tabus em relação à prevenção, causas e tratamento, conversamos com a mastologista Dra. Lígia Teixeira. Ela relata que no consultório escuta muitas crenças e fake news – será que você já ouviu falar de alguma delas?
1. Toda paciente com câncer de mama perde cabelo durante o tratamento?
Mito. Segundo a Dra. Lígia, um equívoco comum é pensar que todas as mulheres em tratamento contra o câncer de mama sofrem queda de cabelo. Ela esclarece: “O único tratamento que pode provocar a queda de cabelo é a quimioterapia, e nem todas as pacientes precisam fazê-la”. Ou seja, é importante entender que cada caso é único, e nem todas as pacientes enfrentarão esse efeito colateral.
2. Somente quem tem histórico familiar de câncer precisa se preocupar com a prevenção?
Mito. É importante destacar que o câncer de mama não está estritamente ligado ao histórico familiar, apesar de ser um fator considerável. A mastologista enfatiza: “A maioria dos casos acontecem em mulheres que não têm histórico familiar”. Portanto, todas devem estar atentas à prevenção, independentemente de doenças anteriores na família.
3. O autoexame substitui a mamografia?
Mito. O autoexame é uma prática importante, mas não substitui outros exames. “É fundamental realizar o autoexame também, principalmente para mulheres que ainda não atingiram a idade recomendada para a mamografia, como aquelas com menos de 40 anos”, informa a Dra. Lígia. Embora seja uma ferramenta de detecção precoce, a mamografia é essencial para uma avaliação completa.
4. Qualquer caroço nos seios indica câncer?
Mito. Segundo a especialista, a maioria dos nódulos mamários é benigna e não representa câncer. “No entanto, ao detectar um caroço palpável na mama, é fundamental consultar um mastologista para avaliar se há suspeita de câncer ou não”, alerta. Portanto, não é necessário entrar em pânico ao identificar um nódulo, mas é importante buscar orientação médica para uma avaliação adequada.
5. Existe uma idade mais propensa a desenvolver câncer de mama?
Sim, porém, o risco de câncer de mama aumenta com a idade. No entanto, a Dra. Lígia Teixeira destaca: “Nos últimos anos, temos observado um aumento no número de casos de câncer de mama em mulheres mais jovens.” Portanto, conscientização e prevenção não possuem restrição de faixa etária.
6. Toda paciente com câncer de mama precisa passar por uma mastectomia?
Mito. A preocupação com a perda das mamas frequentemente é um grande receio para as mulheres diagnosticadas, pois afeta significativamente a autoestima. No entanto, a mastectomia nem sempre é necessária. “Quanto mais precoce for o diagnóstico, menor a probabilidade de uma mastectomia”, explica a especialista.
7. Exercício físico e amamentação podem prevenir o câncer de mama?
Com certeza! O sedentarismo é um fator de risco para diversas doenças, incluindo o câncer. Quanto à amamentação, ela oferece muitos benefícios para a saúde da mulher, incluindo a prevenção do câncer de mama, especialmente quando é mantida por mais de dois anos.
8. Desodorantes e sutiãs apertados podem causar câncer?
Mito! A Dra. Lígia esclarece que essas são algumas das crenças comuns relatadas por pacientes, mas são puramente fake news.