8 de março de 2020

No Dia da Mulher, elas entregam o que tem feito para promover o empoderamento feminino e a equidade!

O Dia Internacional da Mulher tem ganhado cada vez mais força, tornando-se muito além de uma data comercial, e assumindo seu verdadeiro papel para fomentar o debate sobre os direitos da mulher em nossa sociedade. Dentre as homenagens acerca do 8 de março, como sair do clichê? Acreditamos que a melhor forma é olhando pra dentro.

Para celebrar o esse dia tão representativo, o Refresh bateu um papo com mulheres de diferentes gerações e áreas, mulheres que admiramos e acreditamos serem ícones na luta em prol do empoderamento. Nos depoimentos, elas entregam o que tem feito – enquanto mulheres – para promover a equidade, compartilhando experiências pessoais, comportamentos e atitudes que fazem parte da rotina e que contribuem para a causa. O protagonismo é delas!

Renata Calheiros, primeira-dama de Alagoas

“Como primeira-dama de Alagoas, tenho a honra de liderar duas missões, cujas figuras femininas trazem grandes diferencias para o desenvolvimento social e cultural de nosso Estado. Seja na primeira infância, com as gestantes e mães, maiores condutoras nos cuidados e proteção aos filhos, seja no artesanato, com a delicadeza do fazer à mão das artesãs alagoanas. Poder conviver com essas mulheres é muito mais que uma troca de experiência. E são muitas que tenho o prazer de conviver, como dona Solange Chalita, Tânia Maya Pedrosa, Carmen Lúcia Dantas, Mestra Irineia, Sil e tantas outras aqui representadas.

Acredito que o fortalecimento na defesa das mulheres caminha para que o Dia Internacional da Mulher seja um momento de exclusiva comemoração e homenagens. É isso que queremos! Que essa luta diária pela garantia dos seus direitos e pela igualdade seja alcançada em plenitude, e que possamos desfrutar do nosso espaço na sociedade com respeito e reconhecimento.”

Foto: Felipe Brasil

Lina Malta, empresária

“Eu trago o empoderamento feminino para o meu dia a dia nos relacionamentos e também em relação à produção e vendas dos meus produtos. Minha principal referência é minha mãe, que me mostrou quando pequena que eu – não só como mulher, mas como pessoa – tenho que saber tomar a frente e não depender de ninguém. Acho que de uma certa forma não sou aquela que vai falar da causa diretamente, mas através de atos sempre quero mostrar que posso mais.”

Foto: @paulonetopaz

Vera Gamma, arista plástica

“Hoje a mulher está entrando na área das questões e das possibilidades com o campo aberto para várias coisas. Vejo que não precisamos competir e sim enfrentar o dia a dia com todas as oportunidades que nos são permitidas. Então, como artista, dona de galeria, mãe, esposa, arquiteta, comunicadora visual, enfim… São diversas possibilidades que me rodeiam nessa rotina e é um desafio muito grande poder trabalhar e vincular, alinhar todas essas questões para poder evoluir cada vez mais.

Trabalhando com vários campos posso falar que com todas essas capacidades existe na mulher hoje uma segurança. O contexto atual permite que a mulher se sinta mais segura, mais firme para enfrentar todos esses campos. Muitas vezes podemos nos sentir mais frágeis, mas procuro uma energia, uma força, um querer mais e não me afastar dessas possibilidades, ao contrário, trazer todas para poder evoluir cada dia mais!”

Foto: @creynaldogamajunior

Vanessa Monteiro, empresária

“Desde muito cedo sempre fui estimulada, dentro de casa, a ser uma mulher independente, em acreditar em meus sonhos e ir em busca deles. Nunca, jamais me convencer de que não sou capaz de alcançar algum objetivo simplesmente pelo fato de ser mulher. Acredito que essa foi (e é) a motivação que sempre guiou a minha vida, minhas escolhas e minhas decisões.

Manter meu corpo ativo e saudável, gostar de estar em minha companhia, trabalhar com o que gosto e colocar amor em cada criação. Ter uma marca que já nasceu feminina para valorizar mulheres, seus estilos e suas curvas, ter uma equipe formada por cerca de 80% de mulheres, dando oportunidades de desenvolvimento profissional, são algumas das atitudes inseridas e meu mindset e em meu dia a dia para me sentir uma mulher forte e inspirar outras mulheres a escolherem o que é melhor para si mesma.”

Foto: Luan Michel

Juliana Amaral, jornalista e integrante do time Refresh

“Resistir sendo uma mulher é uma missão que me foi dada muito cedo. Resistir sendo uma mulher negra foi ainda mais cedo. Ao olhar para os lados e ver uma certa evolução quanto ao feminismo e direitos das mulheres, fico esperançosa quanto a um dia testemunhar a equidade entre os gêneros no mundo inteiro. Diante disso, em minha luta pessoal, tento, através de discursos diretos e espontâneos, conscientizar o meu ciclo de convivência de que a desconstrução é um processo infinito e que basta estar disposto a receber mais conhecimento e praticar a empatia para que seja dado um novo passo diariamente.

Adoro falar sobre a grande diferença entre o feminismo branco e o feminismo negro nas minhas redes socais, inclusive esclarecer altos pontos os quais mulheres negras ainda merecem uma atenção especial. Costumo ser aberta a diálogos saudáveis sobre como uma mulher pode ajudar outra mulher a ser forte em períodos de oscilação de nossas vidas. No ambiente de trabalho, acredito que a principal iniciativa deve ser o autoconhecimento e a autoconfiança, junto à humildade, claro, porque a partir do momento que uma mulher acredita no domínio de seu talento, fica mais tranquila de executar suas tarefas e conseguir o respeito que deve lhe ser dado de forma natural. A todas a mulheres da minha Alagoas, e também do mundo, desejo muita força e coragem.”

Foto: Acervo

Danielle Cândido, professora e pesquisadora

“O meu mantra é praticar a sororidade. A nossa atitude é a melhor maneira de propagar a necessidade da aliança feminina para nos fortalecermos diante das vulnerabilidades a que nós, mulheres, estamos expostas. E esse sentimento de irmandade se fortalece com o trabalho que desenvolvo como fundadora da Rede Mercado Mulher, uma rede de apoio ao empreendedorismo feminino, que surgiu com o propósito de empoderar mulheres para as etapas da jornada empreendedora, num movimento em busca da igualdade de gênero e do trabalho decente e crescimento econômico para as alagoanas.

Tudo começou com encontros entre amigas, pelas cafeterias da cidade, para ajudá-las em suas ideias de negócio. Pouco tempo depois, o Café com Empreendedoras foi a oportunidade para que mais mulheres participassem da conversa. Daqueles encontros com amigas lá em 2018, atualmente a Rede já impactou mais de 650 mulheres, tornando-as protagonistas da sua própria história.

Também desenvolvo um trabalho voluntário como Multiplicadora do Programa Ela Pode com apoio do Google, uma iniciativa do Instituto Rede Mulher Empreendedora que tem o objetivo de capacitar gratuitamente 135 mil mulheres no Brasil, ajudando essas mulheres empreendedoras ou que estejam em busca de crescimento pessoal e profissional, a garantir independência financeira e de decisão sobre seus negócios e vidas.”

Foto: Filipe Albuquerque

Didi Magalhães, produtora cultural

“Embora o machismo ainda ocupe um espaço intolerável nos dias atuais, nada deve paralisar as nossas demandas, nem mesmo quando tentam nos intimidar, como na maioria das vezes acontece. A equidade que buscamos está longe, mas esse cenário vem mudando graças à nossa iniciativa de ocupar os espaços – que sempre nos pertenceram. Acredito que a melhor maneira de contribuir para a luta em favor da igualdade é desenvolvendo e apoiando cada vez mais projetos que dão vez e voz a conteúdos produzidos por mulheres, seja no cinema, na música, nas artes plásticas ou em qualquer outro segmento, sendo ele artístico ou não. Estar sempre envolvida com ações desse tipo é o que procuro fazer no meu dia a dia e é algo que me move.

Além de tudo, ainda me permite transitar em várias áreas. Em certos momentos, me vejo em set de filmagens, em outros montando exposições, cenografias, vitrines. Também tenho parcerias com outras mulheres produtoras, a exemplo da Lili Buarque e da Fernanda Guimarães, para fazer acontecer shows e festivais, como a 4ª edição do Festival Carambola, que acontece agora em março e conta com uma produção 90% feminina. Isso também faz a diferença, já que a sociedade está acostumada a só ver homens no comando.

Ao lado desses projetos, mantenho desde 2013 um espaço cultural, o qual considero um ponto de resistência. Localizado no bairro histórico de Jaraguá, entre outras atividades o Galpão 422 já promoveu e recepcionou diversas iniciativas assim, desde exposições de artistas alagoanas, rodas de conversa sobre temáticas de gênero ou voltadas ao público feminino a workshops, shows e muitas outras manifestações culturais produzidas por mulheres. É um trabalho diário que, embora nada fácil, traz retornos indescritíveis.”

Foto: Acervo

Paula Quintanilha, cabeleireira

“A representatividade feminina vai muito além das telenovelas ou capas de revistas. Hoje em dia, a mulher vem sendo protagonista da sua própria vida, ela trabalha, é mãe, esposa e provedora com muita força e jogo de cintura. Não romantizando esse trabalho árduo, pois é fundamental o autoamor e o autocuidado.

Estamos ocupando cada vez mais os espaços que sempre deveriam ser nossos. Inspirando, representando e fortalecendo umas às outras (uma sobe e puxa a outra!). A militância da mulher é todos os dias, pois somos exemplo de força e suavidade.”

Foto: Acervo

Noah Verde, comunicadora

“Acredito que o empoderamento feminino nada mais é do que mostrar cada vez mais que podemos chegar onde queremos. Para mim tudo acontece de forma muito natural. Sou mãe, esposa, dona de casa e trabalho fora, assim como outras tantas mulheres. Meu dia a dia é focado em cumprir metas, alcançar objetivos, trabalho com prazos e entrega de resultados em paralelo a toda rotina de casa também.

O cenário está mudando, nós mulheres estamos mais ousadas, destemidas, ouvimos nossa intuição; digo isso com propriedade porque recém-casada, morando perto da família, aceitei um desafio profissional que implicava na mudança de cidade mas na verdade foi muito mais, foi uma mudança de vida e hoje vejo tantas conquistas entre outras coisas, então acho que a minha história é uma grande contribuição nessa luta constante de fazer acontecer.

Podemos mais, sei que deveríamos ocupar mais espaços e ser melhor reconhecidas, mas é uma constante mudança e datas como essa só reforçam o nosso valor e a nossa importância na sociedade, no mercado de trabalho e na vida!”

Foto: Júnior Lima

Moema Ferro, nutricionista

“As coisas já acontecem de forma tão instintivas e orgânicas que para mim acaba sendo bem natural essa temática. Amo trabalhar com mulheres no meu empreendimento e no meu consultório. Gosto muito da delicadeza, compromisso e da força que elas têm.

Quando uma mulher começa a entender a outra, tudo flui melhor. Fiz, por exemplo, no ano de 2019, um investimento para cada colaboradora minha se presentear com uma mandala lunar, que é um diário de como elas são, de como funcionam. Deixei ainda o livre arbítrio para elas folgarem – de maneira remunerada – no dia que sentirem muita cólica menstrual.

Cuido delas como se elas fossem minhas, elas são a minha família. Também pago terapia quando há dificuldade de relacionamento referente ao trabalho. Em suma, é isso: dou o suporte necessário quando elas precisam. Tento agir dessa forma não só com minha equipe, mas com minhas pacientes, com as pessoas que trabalham comigo em outras áreas, com as que me relaciono – na maioria, mulheres.

Gosto muito das rodas de mulheres, quando conversamos sobre temas sensíveis, das dores, das coisas boas e acaba que quando uma mulher entra nessa roda ela se sente mais acolhida e segura e, por esse motivo, acaba ficando ainda mais forte para continuar a sua rotina.”

Foto: @brsolari

Carina Oiticica, publicitária

“Sou feminista com orgulho! Levanto a bandeira da igualdade dos gêneros, seja na minha empresa ou em casa com o meu marido e os meus dois filhos. Acredito que a melhor forma de mudar algo é fazendo mais e falando menos.

Não podemos ter crenças limitantes que nos paralisam e nos impedem de transformar realidades atuais. As mulheres têm que liderar esse movimento com atitudes inteligentes e desenvolvendo ambientes mais justos. O maior legado que deixo é a criação dos meus filhos que crescem sabendo que o que nos difere são os nossos valores e caráter  – e nunca o gênero que nascemos.”

Foto: Luísa Patury

Que possamos celebrar o dia 8 de março com muita reflexão!

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